segunda-feira, 28 de março de 2016

Ainda sobre as gueixas (Parte 2)

No post anterior eu comecei falando sobre a cultura das gueixas (ou gheishas) e gostaria de continuar esse assunto.

Vou continuar agora falando sobre como era a preparação das meninas para se tornarem gueixas.

O treinamento

As meninas começavam a ser treinadas para serem gueixas muito novas, aos 9 anos. Algumas começavam ainda mais novas, aos 3 ou 5 anos de idade.

Porém, isso foi proibido por cerca do ano de mil novecentos e cinquenta, quando o trabalho infantil também foi banido.

De qualquer forma, ainda existe a necessidade de um treinamento longo e intensivo para que as meninas sejam preparadas para serem gueixas. Quando elas começam mais cedo, com cerca de 15 anos, ainda é possível tornarem-se "maikos", ou seja, dançarinas.

Se a mulher já tem mais de 21 anos, ela é considerada muito velha para se tornar uma maiko e, portanto, já faz diretamente o treinamento para se tornar gueixa. Porém, por não ter passado pela etapa de maiko, ela perde alguns privilégios durante a sua vida profissional.

Durante a etapa de aprendizado, cada maiko tem uma okiya, que seria uma tutora. A relação entre elas é como de irmãs mais velha e mais nova, uma ensinando tudo o que sabe para a mais nova. Esse ensinamento, porém, não sai de graça. Custa caro para as maikos, e elas podem pagar com o ganho que obtém (que são bem inferiores aos ganhos das gueixas). Muitas vezes elas carregam essa dívida mesmo após se formarem gueixas completas, e enquanto não terminarem de quitar o que devem, não podem deixar o local de treinamento para viver e trabalhar onde desejar.

Quando as maikos atingem cerca de 21 anos aproximadamente, elas passam por uma cerimônia chamada eriage, na qual ela é promovida a gueixa e pode, a partir daí, cobrar o valor completo pelo seu tempo.



Curiosidades


Existia - e atualmente, pelo menos oficialmente, não existe mais - uma cerimônia chamada "Mizuage".

Tratava-se da obrigatoriedade de uma aprendiz de gueixa em perder sua virgindade com um homem que pagava por isso. Era um ritual de passagem e um requisito para que as mulheres conhecessem o sexo oposto e pudessem se tornar gueixas. Essa quantia era um valor extremamente alto, que ajudaria a alavancar a carreira delas como gueixas.

Mizuage é tecnicamente ilegal. No entanto, é uma daquelas coisas que, embora oficialmente negada, ainda, sem dúvida, ocorrem confidencialmente. Desde aprendiz, a maiko sabe agora tudo sobre a idade de consentimento de qualquer maneira, elas têm atualmente uma palavra a dizer se eles têm um mizuage ou não, e não é mais obrigatório a ser deflorada, a fim de atingir a maioridade como uma gueixa. -Liza DalbyEast Wind Melts the Ice

E aí, o que você acharam sobre a rica cultura japonesa? Enriquecedor!

domingo, 20 de março de 2016

Sobre as gueixas


A cultura japonesa é realmente muito interessante.

Porém, um dos pontos da cultura japonesa mais conhecida aqui pelo ocidente são as famosas gueixas.

Ao contrário do que muita gente pensa, a gueixa não é uma prostituta, apesar de sua origem ter sido dada por esse caminho.


A origem

Após as lutas do fim do século VII, muitas meninas ficaram abandonadas sem rumo e sem objetivo, após suas famílias terem sido deslocadas para a guerra e não terem mais voltado.

Por esse motivo, muitas delas, para poderem sobreviver, trabalharam servindo as classes mais ricas e nobres. Algumas delas vendiam serviços sexuais, enquanto outras entretinham a elite em eventos sociais, com algum tipo de arte - dança, música, entre outros.

Já no século XVI, "quarteirões do prazer" foram construídos. Eram áreas nas quais a prostituição era permitida e mulheres, chamadas Oiran, se encarregavam da diversão dos homens, dançando danças eróticas e oferecendo serviços sexuais.

Esses locais logo viraram grandes centros luxuosos de lazer e entretenimento, nos quais circulava muito dinheiro. Por isso, oferecia-se outras formas de entretenimento além do sexo, como música, danças e mulheres extremamente preocupadas em servir bem os homens que ali frequentavam.

Com o passar do tempo, muitas mulheres foram se especializando em diferentes formas de entretenimento. Nesse momento surgiram as gueixas, que eram mulheres (no início também tiveram homens) que entretinham os clientes enquanto as outras mulheres mais talentosas não chegavam. As gueixas eram proibidas de atuarem como prostitutas para que os negócios das mulheres responsáveis por isso não fosse afetado.

Após a segunda guerra mundial, esses estabelecimentos de entretenimento foram fechados, mas foram autorizados a reabrir após a guerra.

No próximo post vou falar mais sobre a cultura das gueixas, que é um assunto tão interessante e com tantos mistérios.